quinta-feira, 29 de março de 2012

Anti-inflamatórios no início da gravidez duplica risco de aborto

Uso de anti-inflamatórios no início da gravidez duplica risco de aborto

Estudo publicado no "Canadian Medical Association Journal"

O risco de aborto é 2,4 vezes maior em mulheres que tomaram qualquer tipo e dosagem de anti-inflamatórios não esteróides não-hormonais (AINEs) no início da gravidez, segundo um estudo publicado esta semana no "Canadian Medical Association Journal" (CMAJ).

Os AINEs são uma classe de fármacos, que incluem o ibuprofeno, naproxeno, diclofenaco e celecoxib, e são os medicamentos mais comuns utilizados durante a gravidez. No entanto, existem preocupações sobre o uso desses medicamentos durante a gravidez, embora, até ao momento, estudos sobre os riscos tenham sido inconsistentes.

Investigadores da Universidade de Montreal e do CHU Sainte-Justine, Quebeque, Canadá, e da École Nationale de la Statistique et de l'Analyse de l'Informação em Rennes, França, conduziram um estudo para determinar o risco de aborto associado com os AINEs.

Foram estudados um total de 4.705 casos de aborto involuntário até 20 semanas de gestação, em 352 (7,5%) mulheres grávidas que tomaram AINEs.

Das 47.050 mulheres do grupo de controlo que não abortaram, 1.213 (2,6%) tinham tomado AINEs. Os dados vêm do Registo de Gravidez do Quebec, que fornece informações sobre receitas, consultas médicas, diagnósticos e internamentos durante a gravidez.

As mulheres no estudo tinham entre 15 e 45 anos no primeiro dia de gestação e estavam asseguradas pela Régie de l'Assurance Maladie du Québec (RAMQ), que cobriam os fármacos, pelo menos, um ano antes e durante a gravidez. A exposição aos AINEs foi definida como tendo algum tipo de anti-inflamatórios, pelo menos, uma vez durante as primeiras 20 semanas de gestação ou dentro das duas semanas antes do início da gravidez.

O ibuprofeno é o único AINE disponível sem receita médica no Quebec, e, deste modo, as mulheres que têm o plano de seguro têm acesso às prescrições para os comprar. O naproxeno foi o AINEs mais comummente utilizado, seguida do ibuprofeno.  "O uso de AINEs durante a gravidez precoce foi associado com um risco aumentado estatisticamente significativo (2,4 vezes) de ter um aborto espontâneo", explicou Anick Bérard da Université de Montréal.

O maior risco foi associado ao diclofenaco e o menor risco ao rofecoxib. No entanto, a dose de AINEs não pareceu afectar a taxa de risco. Estas descobertas são consistentes com outros estudos, mas novos no que diz respeito aos tipos e doses de AINEs.

 “Tendo em conta que o uso de AINEs durante a gravidez precoce aumenta o risco de malformações congénitas, e que os nossos resultados sugerem um efeito sobre o risco de aborto espontâneo detectado clinicamente, os AINEs devem ser usados com cautela durante a gravidez", concluem os autores.

Fonte: Life Sciences Computing, S.A.
Setembro 2011

Estimulação ovárica em mulheres com mais de 35 anos pode ter efeitos adversos

Estimulação ovárica em mulheres com mais de 35 anos pode ter efeitos adversos

Estudo do Centro de Fertilidade, Ginecologia e Genética de Londres

A estimulação ovárica em mulheres com mais de 35 anos que se submetem a tratamentos de fertilidade pode causar efeitos adversos, revela um estudo divulgado pela agência espanhola EFE e citado pela agência Lusa. 

O estudo foi apresentado na conferência anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, que se realizou em Estocolmo, Suécia.

Um grupo de investigadores do Centro de Fertilidade, Ginecologia e Genética de Londres considera que esse procedimento, em que se recorre à medicação hormonal para estimular os ovários a produzirem maior quantidade de células reprodutoras (ovócitos), altera o processo crítico de duplicação de cromossomas conhecido como meiose.

Os especialistas apontam que isso levaria à ocorrência de anomalias no número de cromossomas, o que, por sua vez, pode causar efeitos secundários, tais como o fracasso do tratamento de reprodução assistida, aborto ou, mais raramente, o nascimento de uma criança com patologias.

Para chegar a esta conclusão, o director do Centro de Fertilidade, Ginecologia e Genética de Londres, Alan Handyside, juntamente com colegas de outros oito países, desenvolveram uma técnica para detectar corpos polares, pequenas células produzidas durante as divisões meióticas no processo de maturação dos óvulos. 

Alan Handyside já admitiu, no entanto, que ainda é necessário “investigar mais a incidência e o esquema de erros meióticos com diferentes métodos de estimulação”.

“Os resultados dessa investigação deverão permitir-nos identificar melhores estratégias clínicas para reduzir a incidência de erros nos cromossomas em mulheres com mais de 35 anos que se submetem a tratamentos de infertilidade”, disse o especialista, citado pela Lusa.

Fonte: LUSA
06 Julho 2011